Contábil-Experts - Fórum de Contabilidade, Tributos e Departamento Pessoal: AS normas INTERNACIONAIS DE CONTABILIDADE (IASB) e a valorização do contador - Contábil-Experts - Fórum de Contabilidade, Tributos e Departamento Pessoal

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AS normas INTERNACIONAIS DE CONTABILIDADE (IASB) e a valorização do contador

Postou 15/07/2011 - 20:42 (#1) Membro offline   Anaíta Rodrigues 


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Antes de discorrer sobre a valorização do contador, é importante registrar que as Normas Internacionais de Contabilidade emitidas pelo IASB - International Accounting Standards Board (Comitê de Normas Internacionais de Contabilidade) - são elaboradas de forma flexível, sem forte intervenção do Estado, para incentivar o ingresso de capitais especulativos. Essa flexibilização faz com que os lucros sejam gerados não pela produção, e, sim, pelos ajustes patrimoniais; seguindo essa dinâmica: mais lucros, mais dividendos, mais capitais especulativos investidos. No Brasil, porém, assim como em todos os países da América Latina, Alemanha, França, Itália, Espanha, Japão, Europa Oriental e em outros países não anglófonos, as normas contábeis adotadas são as estabelecidas por Lei, para proteger a produção de bens e os credores, mantendo, dessa forma, a estabilidade econômica e social, e não para proteger o dono dos capitais especulativos, cujo principal interesse é receber lucros. Para que o Brasil pudesse, também, atrair capitais voláteis, a Lei 11.638/07 autorizou a CVM a adotar, para as sociedades anônimas de capital aberto, as mesmas normas contábeis adotadas pelos países de língua inglesa, as normas do IASB. No entanto, em momento algum, as leis brasileiras autorizaram que outras pessoas jurídicas adotassem as normas do IASB em detrimento das leis brasileiras. Agora, dizer que a adoção das normas contábeis do IASB para todas as pessoas jurídicas valorizaria o contador é, s.m.j., uma falácia. A valorização de uma profissão está intrinsecamente relacionada à solução que o profissional dá para os problemas do contratante dos serviços. O contratante dos serviços contábeis não valoriza mais ou menos o contador só porque ele está elaborando as demonstrações em conformidade com esta ou com aquela norma. Ele deseja que o contador resolva os problemas da pessoa jurídica, que implante controles para proteger o seu patrimônio, controles para pagar menos tributos, e que diga o que deve ser feito para que a empresa não venha a ter problemas econômicos, ou financeiros. É isso que valoriza um profissional contábil, na visão do contratante dos serviços. A implantação das normas do IASB para todas as pessoas jurídicas, e não somente para as sociedades de capital aberto, não valoriza o trabalho do contador. Muito pelo contrário, o desvaloriza, e isso porque se as demonstrações contábeis forem elaboradas sem uma base sólida, consistente, definida por Lei, o contador terá dificuldades em diagnosticar os problemas da pessoa jurídica. Ele não saberá se as contas que formaram a demonstração financeira e a demonstração econômica foram constituídas por ajustes, por gastos efetivos, ou por mensurações aleatórias. Isso irá deixá-lo em dúvida, e, portanto, inseguro na hora de tomar as suas decisões.Cá entre nós, os conceitos contábeis dos elementos que formam o demonstrativo financeiro e econômico, bem como as normas de registros contábeis são uniformes em todo o mundo. O que querem modificar através da implantação das normas do IASB são os procedimentos de ajustes do valor do patrimônio, e, com isso, alterar o valor dos resultados econômicos. Só lamentamos que o Conselho Federal de Contabilidade defenda a implantação das normas do IASB para todas as pessoas jurídicas. O CFC deveria conduzir esse assunto de forma imparcial em seu papel de órgão fiscalizador do exercício contábil (que tem, por extensão, a missão de proteger a riqueza nacional), sem perder de vista que são as pessoas jurídicas que geram emprego e renda para o país, e não o capital especulativo. Aí, sim, a Contabilidade e o contador seriam mais valorizados. Salézio Dagostim é contador; pesquisador contábil; professor da Escola Brasileira de Contabilidade (EBRACON); autor de livros de contabilidade; fundador e ex-presidente do Sindicato dos Contadores do Estado do Rio Grande do Sul; sócio do escritório contábil estabelecido em Porto Alegre (RS), Dagostim Contadores Associados, à rua Dr. Barros Cassal, 33, 11º andar - salezio@dagostim.com.br

Revista Contábil & Empresarial Fiscolegis, 14 de Julho de 2011
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Postou 15/07/2011 - 23:14 (#2) Membro offline   Elenaldo Carvalho 


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Anaíta,

Muito bom este artigo.
Só para sua reflexão.

Seria uma coincidência o grande aumento do "movimento" pela padronização das Normas Internacionais de Contabilidade emitidas pelo IASB - International Accounting Standards Board - justamente no período em que o Governo Brasileiro aumentou sua atuação na Política Externa junto aos Países da União Européia e da Ásia? Quem sabe também não seria uma coincidência todo este movimento, justamente às vesperas do início da recessão americana? Talvez seria pelo fato do crescimento da Economia dos Países ditos emergentes como Brasil, China, Índia? Quais os interesses que estão "submersos" nas entranhas do poder das grandes Multinacionais? E dos Investidores, algozes ferozes de nossa riqueza brasileira?

Lembro-me de um certo senhor americano, um grande e renomado investidor, cuja decisão de onde investir o seu "suado" dinheirinho, era aguardada por todos como uma "grandiosa notícia". Um verdadeiro "farol" que iluminava o caminhho a ser seguido pelos "não tão renomados investidores", indicando onde deverinham investir, ou por que não dizer, "especular" as suas economias. Em um programa com toda pompa,digno de um evento "holiudiano', este certo senhor anunciou que o melhor lugar para "investir" o seu dinheiro seria no BRASIL!

Os "Tupiniquis" em grande alvoroço, trataram logo de agradecer ao ilustrissimo senhor, como se estivessem prestes a trocar o seu bem mais preciso, a permissão para explorar suas florestas, pelos reluzentes "espelhos" ofertados pela digna "corte americana". Será que a história estaria se repetindo?

ENRON, QWEST, PARMALAT. . . . . onde querem chegar nossos defensores das boas práticas contábeis? Aqueles que tem o dever e a obrigação de salvaguradar nossa Profissão.

A adoção dessas Normas para todas as empresas deve ser muito bem pensada por todos nos. Não podemos nos omitir nesse momento. É sempre bom a troca de conhecimentos. Esta pelo menos é a minha posição. Qual é a sua?

Parabéns pelo artigo enviado!

Forte abraço,

Elenaldo Carvalho
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Postou 16/07/2011 - 20:25 (#3) Membro offline   Anaíta Rodrigues 


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Obrigada Elenaldo. Excelente seu comentário. Concordo com vc quando fala que a adoção das normas para todas as empresas deve ser muito bem pensada, principalmente para as pequenas e médias empresas que são mais de 90% das empresas do nosso país, pois as mudanças são grandes e se não tiverem uma contabilidade de qualidade, podem ser prejudicadas.
E nossos colegas? Qual a opinião de vcs.
Abraços a todos e um ótimo domingo.
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Postou 16/07/2011 - 21:19 (#4) Membro offline   Priscila Salvador 


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Acho importante a padronização das normas contabéis, mas concordo com os colegas sobre se repensar essas normas para as empresas de pequeno e médio porte.
Excente artigo!!
Abraços!!
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Postou 16/07/2011 - 22:27 (#5) Membro offline   MarciaSt 


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Concordo com a opinião dos colegas, pois embora precisamos nos adequar as normas internacionais, mas nem todas as empresas estão preparadas para todas estas mudanças.
Artigo muito interessante.
Abraços
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Postou 16/07/2011 - 22:40 (#6) Membro offline   ABILIO J S MARQUES 


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Prezados Colegas, boa noite: A meu ver a contabilidade em nosso país sempre recebeu influências externas. A lei 6404/76, segundo especialistas, foi copiada do regime adotado nos EUA. Nós, contadores, somos conscientes que o progresso economico tem papel fundamental na formulação e ajustes da ciência contábil desde os seus primórdios. Portanto, considero, que, nada mais natural que a ciência contábil esteje sendo globalizada até porque hoje vivemos em um planeta a cada dia cada vez mais globalizado. As mudanças implementadas pelos IFRS em nada interferem nos resultados das empresas nacionais, isso, inclusive, é assegurado pela RFB através do RTT
Discordo do colega quando cita que a "nova contabilidade" tenha como objetivo proteger o capital especulativo. Creio que, sobre o assunto, o detentor de capital busca melhor e maior remuneração - é sua função - e as taxas de juros´norteiam onde o capital deve aportar. Sabemos que nosso governo paga a maior taxa de juros do mundo, então se existe proteção, esta é de responsabilidade do governo brasileiro que possui taxas atrativas para especulação.
No tocante de que a "nova contabilidade" não deve ser aplicada a todas organizações, até o presente, a legislação do Imposto de Renda (não deveria ser assim até porque o CCIVIL obriga que todas as empresas mantenham escrita contábil regular), não se manifestou sobre a obrigatoriedade ou não, excetuando as empesas obrigadas ao LUCRO REAL.
Aguardo comentários.
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Postou 17/07/2011 - 19:22 (#7) Membro offline   Maria Paula 


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Esta padronização é importantissima, pois com isso não teremos mais distorções nas demonstrações ao serem analisadas em países onde os critérios contábeis são diferentes.
Além disso, os profissionais que estiverem realizando os seus trabalhos com base no IFRS terão um leque muito maior de oportunidadess e com certeza melhores reumunerações.
O mais importante na verdade é que se o profissional não se atualizar e se preparar estará correndo sérios riscos de ter que aposentar o seu CRC. Todo cuidado é pouco!!!!
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Postou 17/07/2011 - 21:01 (#8) Membro offline   contadora.mcr 


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PADRONIZAÇÃO = ANÁLISE GERENCIAL 99,99% CONFIÁVEL!!!
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Postou 18/07/2011 - 22:03 (#9) Membro offline   Elenaldo Carvalho 


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Ver postABILIO J S MARQUES, em 16/07/2011 - 22:40, disse:

Prezados Colegas, boa noite: A meu ver a contabilidade em nosso país sempre recebeu influências externas. A lei 6404/76, segundo especialistas, foi copiada do regime adotado nos EUA. Nós, contadores, somos conscientes que o progresso economico tem papel fundamental na formulação e ajustes da ciência contábil desde os seus primórdios. Portanto, considero, que, nada mais natural que a ciência contábil esteje sendo globalizada até porque hoje vivemos em um planeta a cada dia cada vez mais globalizado. As mudanças implementadas pelos IFRS em nada interferem nos resultados das empresas nacionais, isso, inclusive, é assegurado pela RFB através do RTT
Discordo do colega quando cita que a "nova contabilidade" tenha como objetivo proteger o capital especulativo. Creio que, sobre o assunto, o detentor de capital busca melhor e maior remuneração - é sua função - e as taxas de juros´norteiam onde o capital deve aportar. Sabemos que nosso governo paga a maior taxa de juros do mundo, então se existe proteção, esta é de responsabilidade do governo brasileiro que possui taxas atrativas para especulação.
No tocante de que a "nova contabilidade" não deve ser aplicada a todas organizações, até o presente, a legislação do Imposto de Renda (não deveria ser assim até porque o CCIVIL obriga que todas as empresas mantenham escrita contábil regular), não se manifestou sobre a obrigatoriedade ou não, excetuando as empesas obrigadas ao LUCRO REAL.
Aguardo comentários.


Prezado Colega,

É verdade. Mas não só a Lei 6.404/76 foi copiada, nosso ordenamento jurídico também sofreu influências externas, o que ao meu ver, é perfeitamente entendido. Somos uma Nação jovem que esta no inicio de sua maturidade. Ainda temos um longo caminho a percorrer. Aprendi desde criança que os bons exemplos devem ser seguidos e que devemos aprender com os tropeços. Contudo, não necessáriamente preciso experimentar "drogas", para saber que não prestam.

Ao tratarmos do tema "Globalização" fica a impressão de algo novo, surgido recentemente e que vem provocando uma "nova ordem mundial". Não é bem assim. Marx e Engels, ja discutiam a Globalização ao afirmarem que: " No lugar da tradicional auto-suficiencia e do isolamento das nações surge uma circulação universal, uma interdependência geral entre países". O que temos então, pelo menos ao meu ver, é a constatação da continuidade de um movimento que surge pela necessidade de promover a solidificação da economia de alguns Estados, através da exploração dos Recursos de outros Estados, justificando-se inclusive pela diferença entre os países globalizantes e os globalizados. Estes considerados países indústrializados, cuja desenvolvimento econômico lhes permitem a manutenção da competitividade, aqueles considerados países em desenvolvimento, cuja dificuldade em manter sua contas equilibradas tendem a ficarem marginalizados e réfens dos primeiros.

Nesse contexto fico a pensar se de fato temos um "progresso econômico" ou se estamos a beira de uma "bolha" que pode estourar a qualquer momento. De certo que a Ciência Contábil não poderia ficar à "nau" dos acontecimentos econômicos de nosso país ou de acompanhar o desenrolar desse movimento - "globalização". No entanto devemos estar "vigilantes" às mudanças que se desejam implementar. Não precisamos ir muito atrás no tempo; todos acompanhamos perplexos os casos de "balanços fraudulentos" que levaram "a pique" grandes empresas americanas, como a Enron. Sabemos que os balanços estavam auditados e obedeciam as chamadas "Normas Internacionais de Contabilidade - NIC", normatizadas pelo "IASB".

Muitos não sabem que as normas ligadas ao denominado "Valor Justo", imobilização do Arrendamento Mercantil, Intangivéis, alienação de imóveis, contem vícios que causam alterações merecedoras de atenção, na apuração dos lucros e perdas. Não sabem que em 2009 os ministros da União Européia criticaram duramente os padrões contábeis de "valor justo", durante reunião que realizaram. Este é um dos motivos pelo qual, respeitosamente discordo do colega ao afirmar que "as mudanças implementadas pelo IFRS em nada interferem nos resultados das empresa nacionais". E o fato do governo ter criado o "RTT", foi apenas para promover ajustes fiscais, e não gerenciais.

Neste sentido, considerando que as normas do "IASB" são de fato mais flexivéis e que o chamado "valor justo" promove alterações no Patrimônio através de ajustes contábeis, temos sim uma "janela" aberta para o incentivo ao capital especulativo em detrimento da consolidação do capital produtivo. Não posso concordar com o colega quando defendo a formação desse tipo de capital, sabendo que o mesmo é fruto da ganância e da "esperteza" de pessoas que estão apenas preocupadas com seu próprio bem-estar. Vejo no capital especulativo uma forma de se ganhar dinheiro a custa de informações privilegiadas que em sua grande maioria trazem uma rede suja de manipulações; um verdadeiro jogo de cassino. "É cassino de jogatina malandra onde se negociam informações privilegiadas, na base de propinas para poderosos do governo ou da bolsa de valores".

O esquema está bem detalhado no portal Carta Maior: " Com uma mão, o especulador vende o que não tem, a um preço elevado; com a outra, trabalha para derrubar as cotações ao rés do chão à medida em que se aproxima a data de vencimento da fatura. Se falhar nesse malabarismo para a diferença ao seu cliente. Se a falha for sistêmica, de todo o capitalismo financeiro, como ocorre desde a implosão da bolha imobiliária nos EUA, em setembro de 2008, quem paga é a sociedade, através de fundos publicos, recessão, desemprego, arrocho salarial". Esté cenário, definitivamente, não é o que eu quero para o meu país. Prefiro trabahar em função do capital produtivo, que investe em negócios, em fábricas que geram empregos, distribuem renda, e se fixam por longo tempo.

Continuo a defender um olhar mais crítico com relação a adoção das normas para aplicação nas PME's, e entendo que temos mecanismos contábeis próprios que permitem o entendimento dos critérios contábeis utilizados em nosso país, quando da analise de nossas demonstrações por outros países.

Forte abraço,

Elenaldo Carvalho.
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